Culpa materna

Se tem algo que frequentemente acompanha as mães, geralmente mais que os pais, é o sentimento de culpa, o qual muitas vezes sem nos darmos conta, sentimos. Seja pelo próprio julgamento, por ter feito algo diferente do que esperávamos como sendo o “ideal”,ou pelo julgamento alheio – que infelizmente muitas vezes vem de pessoas bem próximas de nós, inclusive familiares. Este é um sentimento comum no universo da maternagem, mas acredite, não tem que ser assim.

A culpa pode vir de várias situações: por ter deixado o bebê chorar, por acreditar que deu “colo demais” ou de menos, por ter dado chupeta, por não conseguir amamentar, por achar que atenção e a dedicação não foi o suficiente ou foi demais, por ter que colocar o filho na escola, por não dar conta das tarefas domésticas como dávamos antes, por não dar mais a atenção que gostaríamos ao marido e vice-versa, por ter cedido a “birra”, por ter deixado demais na frente da TV, por ter dado em alguns momentos o “nuggets” ao invés da comida saudável, por ter
deixado o filho aos cuidados de alguém por algumas horas depois de meses ou anos que você não tinha mais um momento a sós com seu parceiro(a) ou com você mesma, por não estar sempre muito bem arrumada como antes, por largar o emprego ou continuar nele, por não ter tempo para si, por ter que dividir a atenção entre o bebê e outro(s) filho(s) e por muitas outras coisas, muitas mesmo!

O fato é que querendo ou não, este sentimento nos acompanhará em diversas situações. Mas vale parar e refletir: afinal de contas, porque nos culpamos tanto? É humanamente impossível dar conta de 100% tudo, sem ter “falhas”, ou conseguir suprir todos os papéis que a sociedade nos impõe ou que nós mesmas nos cobramos! Eu percebo que a sociedade nos cobra e impõe regras, mas sabe de uma coisa? O pior de tudo é o nosso “juiz interno” afinal, não nos permitimos errar, o que é uma maldade tremenda com nos mesmas, porque precisamos ser tão severos conosco?

Nós não temos como dar conta de tudo sempre, e o tempo inteiro! Errar faz parte da vida, e nós precisamos passar pelos nossos erros para nos desenvolver! E muitas vezes a “receita mágica” da amiga não é nada mágica para nós. E aliás, perfeição não combina com seres humanos, pois é uma utopia, jamais será possível atingir a perfeição!

Por isso tenho uma sugestão: que tal, ao invés de focar nas falhas, procurar enxergar o tanto de coisas boas que já conquistamos e conseguimos após a maternidade?! Sugiro que você troque este olhar das coisas negativas para as positivas, assim pode-se valorizar muito mais os pequenos avanços, e aos poucos, a culpa vai sendo substituída por um sentimento de tranquilidade e com a consciência de que fizemos o que foi possível naquele momento!

Maternar é se superar, dia após dia! Afinal, sempre tem algo que jamais esperávamos ser capazes! Vamos parar de procurar agulhas em palheiros.

Por

Ana Paula Petry

Psicóloga CRP 12/10780 

Edf.. Liberty, 2° andar | sala 206 | Itajaí 

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(47)99172-5620

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