Os distúrbios alimentares são comuns na adolescência e no começo da vida adulta. Eles estão relacionados a uma série de consequências psicológicas, como ansiedade e pressões sociais para o chamado ‘corpo perfeito’.
Ao se trabalhar com transtornos alimentares, não se pode considerar simplesmente o “transtorno” isoladamente, sem considerar o meio no qual a pessoa se encontra, não sendo possível ignorar os estímulos que ela recebe. Este ser que sofre é antes de tudo um ser de relações, e é a partir dessas relações que estabelece com o mundo que constrói sua vida, sua existência e sua própria concepção de mundo e de si. Esta é a essência desse ser que sofre de transtornos alimentares.
Atrás da problemática da irrepresentabilidade de que sofrem esses pacientes, com horror ao vazio, aos abismos impenetráveis, às angústias de fragmentação e, ainda, das confusões de lugar, entre dentro e fora, self e não self, real e imaginário, despende-se muito tempo de tratamento para que o processo psicanalítico possa transformar esses “terrores sem nome” em terrores nomináveis e, enfim, narráveis, como referiu Bion.
Diante do diagnóstico de transtornos alimentares, são recomendadas abordagens e tratamentos especializados, realizados por equipes compostas principalmente por psiquiatras, nutricionistas e psicólogos/psicanalistas responsáveis por “recuperar” esses sujeitos, tratá-los, alimentá-los e ensinar-lhes novos hábitos e cuidados com o corpo e com a alimentação, especialmente nos casos de pacientes que insistem numa alimentação “problemática” ou em considerar-se gordas, mesmo quando estão muito emagrecidas.
Por
Sara Cruz Frota
Psicóloga (CRP 12/16061)
Ed. Liberty | Sala 307
Itajaí / SC