É comum acreditar que crianças não compreendem a morte. Por isso, muitas vezes, tem-se a ideia de que tudo que é relacionado a este conceito é prejudicial para a criança, fazendo com que exista um silêncio amedrontador sobre o assunto e desta forma surgem metáforas e desconversas. A criança vivencia o luto, contudo elabora de uma forma diferente, de um modo muito próprio, com características especificas. Assim, é um equívoco impor para a criança o modelo de luto de um adulto, já que crianças e adultos têm reações emocionais e comportamentais diferentes.
Além disso, a forma como a criança vive o luto e representa internamente a morte varia de acordo com a idade, a personalidade, o desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento social e a cultura na qual está inserida. Observa-se que a falta de informações sobre o que de fato aconteceu contribui para que a criança dê asas à sua imaginação, o que propicia uma visão distorcida da morte, alimentando medos e culpas.
A perda implica em uma readaptação. E este processo pode influenciar na capacidade de socialização, na forma de viver emoções e afetos, bem como no estabelecimento de vínculos futuros. É mais fácil compreender como a criança vivencia emocionalmente a perda e o luto quando se conhece a forma como a morte é concebida ao longo do desenvolvimento cognitivo.
No processo de elaboração do luto infantil, o mais importante é que a criança expresse seus sentimentos. Deve-se enfatizar que desde que a criança tenha acesso às experiências desse momento, a partir de seu desenvolvimento cognitivo e intelectual, ela tem capacidade para elaboração do luto. O principal papel da família é ajudar nos momentos de tristeza e incentivar que ela expresse seus sentimentos, inclusive os negativos, tais como raiva e culpa, que são considerados normais nesse processo.
Por
Priscila Mafra
Psicóloga da Infância e Adolescência
CRP 12/16760
Instagram: psicologapriscilamafra
Clínica Integral Neuroclin
R Umbelino Damasio de Brito, n126 – Centro – Itajaí
(47) 2122-7365 ou (47) 99187-3868