E tudo de repente silenciou… A escola parou. A cidade e o Estado pararam, o país parou. O mundo parou! Um vírus foi a causa de tal paralização. O coronavírus que era algo que estava acontecendo fora, longe, passou a acompanhar o dia a dia das pessoas. O assustador mundo novo criado pela covid-19 não era exatamente o ideal, as pessoas não deviam se beijar ou se abraçar.
Medidas de isolamento foram tomadas pelas autoridades. As famílias precisaram se recolher em
seus lares, numa nova rotina, com todos juntos, o dia todo. Sem sair para o trabalho, sem escola para as crianças… O que fazer com tanto tempo disponível? O coronavírus fez com que se parasse um pouco com tudo para uma avaliação geral.
E o mundo começou a perceber que havia coisas boas. Uma sensação de alívio e bem estar há muito tempo não sentidos estava lá, bem escondida, atrás do medo e da incerteza. Outras coisas voltaram aos hábitos das pessoas. A contemplação por exemplo. Contemplavam uma paisagem, um inseto na parede, uma criança brincando. Contemplavam as mudanças do dia, o sol da manhã, e o entardecer.
A cozinha ganhou lugar de destaque entre as famílias, como antigamente, quando o almoço era preparado com tempo e toda a família se reunia à mesa para saborear a comida e conversar. Novas receitas de pães e bolos eram experimentadas e orgulhosas de suas produções, as pessoas publicaram em suas redes sociais.
As pessoas passaram a olhar mais para si e para as pessoas mais próximas. Nas ruas menos pressa, menos gente, menos aflição, menos estresse. A vaidade diminuiu. Todos se dedicaram mais às suas famílias, à cultura e, naturalmente, à saúde. Troca de olhares pela janela, palmas e música melhoraram em muito a relação entre vizinhos. Reuniões virtuais e aulas à distância viraram moda.
E as crianças? Como ficará o ano escolar? Perderão alguma coisa, ou ganharão ao aprender a cozinhar, arrumar seus brinquedos, cantar em família e ouvir histórias antes de dormir? Se elas aprenderem que estar junto é muito mais saudável do que ter os eletrônicos à mão e aprenderem a ser mais conectados com a família e o bem comum, talvez não tenhamos perdido
um tempo acadêmico, mas ganho um grande futuro.
Por
Susana Mara Nunes
Coordenadora Pedagógica