
É significativo o número de pessoas que apresentam dificuldade em dizer não, frente a inúmeras situações de sua vida, negam os seus reais desejos, os quais passam a ser sufocados. O ser então dissimula e passa a utilizar uma máscara moldada pelos desejos do grande outro. Molde que sufoca seus anseios, engessa suas emoções em benefício deste outro.
Quebrar a esfinge que encobre os verdadeiros sentimentos, raspar esta massa que se mistura com o seu “eu” e deixar florir este ser. O qual permanece adormecido, encolhido por ser “Bonzinho”.
Encolhido porque sua autoestima encontra-se rebaixada, mergulhada no mar da insegurança, no medo de não ser aceito, de não ser amado. Para sentir-se admirado passa a ser bonzinho.
O “Bonzinho” está atado ao seu medo e tem dificuldade em dizer “não”, tem receios de desapontar as pessoas, pois tem temor de perdê-las.
O “Bonzinho” acolhe é prestativo, corresponde ao nível de expectativa do outro.
O “Bonzinho” vive a dizer “sim’ para as pessoas e “não” para ele mesmo.
Muitas vezes serve de tapete para o outro pisar, pois o “Bonzinho” não pode sentir raiva e nem rebelar-se.
Neste processo de autodestruição, ilude-se com o ganho secundário de ser apenas “Bonzinho”.
Ser “Bonzinho” para ele tem a representação de ser amado. Questiono: que espécie de amor é este?
O “Bonzinho”, paga um preço muito alto para ser bonzinho. Deixar de ser “Bonzinho” implica em priorizar-se, fazer o enfrentamento do seu medo e aprender a dizer “não”, quando necessário e, “sim” para si mesmo. Imergir no oceano de suas paixões e contradições, permitindo que a correnteza flua sem reprimi-la, encantando-se com a mesma. Efetuar leituras do que está sentindo. Fazer suas escolhas, independente de frustrar alguém, privilegiando-se.
Deixar de ser “Bonzinho” representa a conquista do respeito por si mesmo, rompendo com suas amarras, fortalecendo sua autoestima, confiante em sua capacidade de amar e ser amado.
CRP 12/01167
Doutoranda em Psicologia Clínica
📱 (47) 9 9274-6439