Muitas pessoas chegam no setting terapêutico com algumas perguntas e pedidos:
– Sue, por que pessoas traem?
– Por que estou traindo, se sou feliz?
– Por favor, me ajude, eu juro, não cometo por prazer… Eu não aguento mais…
– Há algo de errado comigo ou com a relação?
– É patológico ou falta de caráter? Decência? Sou promíscua, é isso?
– Não faz sentido algum eu trair, não tive este exemplo em casa, que vergonha.
– Não tenho prazer com ela, e mesmo assim, sigo traindo.
Afinal, o que é traição? Uma conversa on-line? Like? Mensagem? Uma olhada de canto? Relação sexual? Assistir um vídeo de pornografia? Etc.. E aí?
Sem dúvida, a traição envolve três elementos chaves: ligação emocional, alquimia sexual, e uma relação secreta.
Todos os casos de traição são mera busca de prazer? Não. Todos os casos são patológicos? Não. Todos os casos são falta de caráter? Também não. Porém, são comportamentos desonestos? Sim. Vale ressaltar que todo ser humano apresenta algum tipo de comportamento desonesto. Neste momento, estou abordando apenas o ato de trair, existem tantos outros.
Se até pessoas felizes traem, do que se trata a traição? Para a autora Esther Perel se trata de UMA EXPRESSÃO DE DESEJO E PERDA; de ligação emocional por algo novo, liberdade, intensidade sexual, autonomia, identidade. Desejo de recapturar partes perdidas de nós próprios, ou uma tentativa de restabelecer a vitalidade face à perda e a tragédia. Quando procuramos o olhar do outro sobre nós, não é necessariamente do nosso parceiro(a) que nós estamos a afastar, mas da pessoa na qual nos tornamos. Nem sempre estamos à procura da outra pessoa, mas de outra versão de nós próprios.
CRP 12/16759
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