
No divã do consultório as queixas borbulham permeadas de ansiedade e temor. A angústia na maioria das vezes está relacionada ao olhar crítico que o indivíduo tem de si mesmo e ao receio da cobrança do outro.
A tendência do ser é dar ao outro um poder que na verdade este não possui, porém o sentimento de ser julgado é mais forte. Não percebe que o outro é apenas o espelho do seu próprio “EU”, que está fragilizado pelos sentimentos de medo, culpa e frustração.
No desejo de superar suas limitações, desvenda no processo psicoterapêutico que suas amarras estão estruturadas na sua dependência afetiva, sendo esta, a geradora de ambivalência, de ser amado ou não, de ser bom ou não.
Entre o conflito do ego ideal e o real aflora no ser a necessidade de aplausos ganhar, como a validação de ser estimado. Para agradar e sentir-se valorizado a sacola do outro passará a carregar.
O crescimento do ser é cerceado pelos fardos pesados carregados, frustrações certamente irão ocorrer e o fel da revolta fervilhará. Ao mergulhar no mar das insatisfações puxa uma vez mais, pelo chicote do autoflagelo e com ele faz justiça com suas próprias mãos. A tendência é outras sacolas de culpas catar, para mais pesos levar.
É chegado o momento de gritar, BASTA, compreendendo que estas cargas não são suas e romper com estas amarras, libertando-se da dependência afetiva. Por certo um novo ser surgirá, mais confiante, seguro de sua capacidade de amar e ser amado. Seu talento descortinará, em si mesmo confiará. A vida mais leve será se apenas suas sacolas carregar.
CRP 12/01167
Doutoranda em Psicologia Clínica
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