
Nas ondas da paixão naufraguei, esqueci quem eu era. Tornei-me uma aficionada do meu amado. Perdi minha identidade, meu eu misturava-se com a imagem do todo poderoso. Impulsionada por minha carência afetiva, modelei o ser de acordo com o esculpido pelos devaneios de grandeza deste narcisista. Borrifei ainda mais purpurina ao produzido, cega eu estava.
O tempo passou, o real se impôs em decorrência de muito sofrimento e rebaixamento de minha autoestima. Finalmente percebi o seu egocentrismo e sua incapacidade de olhar além de si mesmo. Lembrei então, da frase de Caetano Veloso, “É que narciso acha feio o que não é espelho”. Este é o depoimento de uma vítima de um narcisista.
Manter um relacionamento amoroso, com o portador de Transtorno de Personalidade Narcisista é sinônimo de sofrimento, pois ele apresenta um padrão comportamental muito tóxico. Não consegue ter empatia pelos seus parceiros, ego aflorado, perfeccionista, necessidade de validação e atenção. Controlador, irresponsável, desconhece os limites, autoestima superelevada, egoísta, manipulador, insensível, engendrando sempre as situações ao seu favor. Não consegue amar verdadeiramente o outro.
Nos relacionamentos é fundamental o respeito e o autoconhecimento, o qual ajudará você a vencer suas carências e limitações. Com um narcisista é essencial conhecer seus pontos fracos: ele não suporta ser rejeitado, ouvir a palavra “não”, de forma assertiva. Perceber que ele não a intimida e que o mundo não gira ao redor dele. Se desejar romper, não ceda, ele é manipulador, porém com determinação e apoio psicológico você conseguirá libertar-se.
CRP 12/01167
Doutoranda em Psicologia Clínica
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