
1 – O que é o pé diabético e quais as principais consequências ele traz?
Pé diabético é a infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos profundos associados com anormalidades neurológicas e vários graus de doença vascular periférica no membro inferior, que pode ocorrer em paciente diabético. Segundo o Ministério da Saúde, 70% das cirurgias para amputação não traumáticas de membros inferiores (pernas, pé, dedos dos pés) no Brasil têm como causa o diabetes mal controlado.
2 – Quais medidas requer para o rastreamento do pé diabético?
É importante destacar os cinco pilares para prevenção do pé diabético, dentre os quais o de maior destaque é a educação em saúde:
• Inspeção e exame dos pés, anualmente para todos os pacientes diabéticos.
• Identificação do pé em situação de risco.
• Educação do usuário/ paciente, dos familiares e/ou cuidadores, profissionais de saúde.
• Utilização de calçado apropriado.
• Tratamento dos sinais pré-ulcerativos.
3 – Por que é importante avaliar o pé diabético?
A avaliação e o acompanhamento das pessoas com DM, com atenção voltada para lesões nos pés, permite a identificação precoce de alterações, concedendo o tratamento oportuno e evitando o desenvolvimento de complicações. Pacientes com um risco elevado de ulceração podem ser precocemente identificados através do exame clínico, buscando detectar a perda da sensibilidade dos pés, conhecida como neuropatia diabética. Além do exame clínico, realizado pelo(a) médico(a) ou pelo(a) enfermeiro(a), a autoavaliação é muito importante. Ao notar qualquer alteração como cor, lesão e/ou perda de sensibilidade é necessário procurar o médico de família e/ou endocrinologista para realizar um exame físico minucioso.
4 – Como investigar fatores de risco para desenvolvimento de úlceras e amputações?
O primeiro fator de risco é ser paciente diabético e o segundo é não estar fazendo o controle adequado da diabetes.
Na anamnese e exame físico devemos sempre abordar:
• Sensação de ardência e queimadura.
• Dor excessiva diante de estímulos pequenos.
• Fraqueza nas pernas.
• Queimação nos pés e tornozelos.
• Dormência ou formigamento nos pés.
• Dor e sensação de agulhadas.
• Perda da sensibilidade nos pés.
• Lesões de pele com úlceras indolores.
5 – Como é realizada a avalição dos pés?
A avaliação se inicia pela inspeção para identificação de acometimentos como: atrofia interóssea, pele seca, úlceras, calosidades, rachaduras, fissuras, alterações da cor com hiperpigmentação, edema e infecções. Para a avaliação da neuropatia é feito teste da sensibilidade vibratória, dolorosa e térmica, teste de reflexos e avaliação circulatória.
6 – Quais as principais orientações para o autocuidado?
• Inspeção diária dos pés, incluindo as áreas entre os dedos.
• Higiene regular dos pés, seguida da secagem cuidadosa deles, principalmente entre os dedos.
• Evitar andar descalço, seja em ambientes fechados ou ao ar livre.
• Sempre use meias claras ao utilizar calçados fechados. Nunca use meias apertadas e evite usar meias altas acima do joelho.
• Inspecione e apalpe diariamente a parte interna dos calçados, à procura de objetos que possam machucar seus pés.
• Use calçados confortáveis e de tamanho apropriado, evitando o uso de sapatos apertados ou com reentrâncias e costuras irregulares.
• Use cremes ou óleos hidratantes para pele seca, porém, evite usá-los entre os dedos.
• Corte as unhas em linha reta.
• Não utilize agentes químicos ou emplastros para remover calos. Calos e calosidades devem ser avaliados e tratados pela sua equipe de saúde.
• Faça a reavaliação dos seus pés com seu médico de família.
• Procure imediatamente seu médico de família se uma bolha, corte, arranhão ou ferida aparecer.
Dra. Letícia Porciuncula
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