DRA. LETÍCIA PORCIUNCULA EXPLICA TUDO O QUE PRECISA SABER.

O que é o PrEP HIV?
A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP, do inglês Pre-Exposure Prophylaxis) consiste no uso de antirretrovirais (ARV) para reduzir o risco de adquirir a infecção pelo HIV. Essa estratégia se mostrou eficaz e segura em pessoas com risco aumentado de adquirir a infecção.
Quando é recomendada a PrEP?
É indicada e utilizada antes da exposição sexual. Recomendada para todas as pessoas acima de 15 anos e mais de 35 quilos, que praticam atividade sexual desprotegida e de risco aumentado para exposição ao HIV.
A pessoa candidata ao uso da PrEP deve compreender no que consiste essa estratégia e como ela se insere no contexto do gerenciamento do seu próprio risco de adquirir a infecção pelo HIV, de forma a avaliar sua motivação em iniciar o uso da PrEP.
Critérios de indicação:
• Relação sexual, sem uso de preservativo, nos últimos seis meses
• Episódios recorrentes de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)
• Uso repetido de Profilaxia Pós-Exposição (PEP)
• Relação sexual com uma pessoa infectada pelo HIV sem preservativo
Qual é a eficiência da PrEP?
Evidências comprovam que a PrEP se trata de uma estratégia eficaz, com mais de 90% de redução da transmissão e sem nenhuma evidência de compensação de risco. Além disso, as pessoas que usaram PrEP não aumentaram número de parceiros ou parceiras sexuais, nem a incidência de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) e, tiveram maiores taxas de uso consistente de preservativo, com o intuito de cuidar mais da saúde e reduzir os riscos e exposições.
Quais os efeitos colaterais?
As pessoas em uso de PrEP devem ser informadas sobre a possibilidade de eventos adversos decorrentes do uso dos antirretrovirais. Esses eventos adversos são incomuns e transitórios, resolvem-se no primeiro mês do uso da medicação e os principais sintomas esperados são náuseas, cefaleia, flatulência e edema e a medicação sintomática pode ser utilizada para alívio.
Existe uma população prioritária a receber e quais os critérios de indicação avaliados?
Sim. Existem segmentos populacionais prioritários e critérios para indicação do uso como: gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH); pessoas trans; profissionais do sexo; parcerias sorodiscordantes para o HIV.
Mas o simples pertencimento a um desses grupos não é suficiente para caracterizar indivíduos com exposição frequente ao HIV. Para essa caracterização é necessário observar as práticas sexuais, as parcerias sexuais e os contextos específicos associados a um maior risco de infecção.
Portanto, devem também ser considerados outros indicativos, tais como:
• Repetição de práticas sexuais sem o uso de preservativo
• Frequência das relações sexuais com parcerias eventuais
• Quantidade e diversidade de parcerias sexuais
• Histórico de episódios de Infecções Sexualmente Transmissíveis
• Busca repetida por Profilaxia Pós-Exposição (PEP)
• Contextos de troca de sexo por dinheiro, objetos de valor, drogas, moradia
• Prática sexual sob influência de drogas psicoativas
Quantos dias são necessários para atingir a eficácia do tratamento?
Para relações anais, são necessários cerca de sete dias de uso de PrEP para alcançar a proteção. Para relações vaginais, são necessários aproximadamente 20 dias de uso.
Portanto, é necessário orientar a pessoa sobre a necessidade de uso do preservativo de barreira e/ou outros métodos de prevenção durante esse período.
Pessoas com exame HIV positivo podem utilizar a PrEP? Por quê?
Não. Para a indicação do uso de PrEP, deve-se excluir o diagnóstico prévio da infecção pelo HIV, uma vez que a introdução da PrEP em quem já está infectado pode ocasionar a seleção de cepas resistentes Pessoas com exposição de risco recente, sobretudo nos últimos 30 dias, devem ser orientadas quanto à possibilidade de infecção, mesmo com resultado não reagente nos testes realizados. Caso seja confirmada a infecção pelo HIV, a PrEP não está mais indicada.
Dra. Letícia Porciuncula
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